Profissão de cozinheiro aguarda lei.
Abaixo-assinado pede votação do projeto que regulamenta a função, hoje parado no Senado.
EstÔ circulando na internet, no site de petições Change.org, um abaixo assinado que pede a regulamentação da profissão de cozinheiro. Isso porque a lei 6.049, que prevê essa regulamentação, aguarda ser votada no Congresso Nacional desde que foi proposta, em 2005. Com a regulamentação, a profissão poderÔ ter, por exemplo, um piso salarial unificado.
Pelo projeto, só poderÔ exercer a profissão quem comprovar a realização de cursos em instituições oficiais ou privadas. Mas quem jÔ trabalha como cozinheiro por pelo menos três anos antes da promulgação da lei ficarÔ dispensado de fazer cursos.
O projeto estabelece que o cozinheiro Ć© o profissional que manipula e prepara alimentos em empresas de hospedagem, restaurantes, bares e similares, hospitais, escolas, indĆŗstrias, residĆŖncias e similares.
Para o coordenador do curso de gastronomia do Centro UniversitÔrio EstÔcio de SÔ, Danilo Simões, a profissão precisa sim da regulamentação, pois os profissionais que atuam na Ôrea sofrem com um piso salarial baixo, condições de trabalho por vezes insalubres e horÔrios estendidos pela madrugada afora, sem controle, sem folgas, entre outros problemas.
āApesar de a profissĆ£o ter ganhado status com a figura do chef de cozinha, que Ć© aquele cozinheiro que ocupa o cargo de lideranƧa ou Ć© o próprio dono do restaurante, a maioria ainda trabalha muito, e arduamente, horas a fio de pĆ©, em temperaturas que oscilam muito fortemente entre o quente o frioā, fala o professor. Mesmo assim, a procura pela profissĆ£o Ć© grande. Somente na EstĆ”cio de SĆ”, sĆ£o cerca de 800 alunos.
Na prĆ”tica. Muitos jĆ” estĆ£o no mercado antes de se formar, seja como empregado, seja abrindo seu próprio negócio. O ex-aluno da EstĆ”cio de SĆ” FĆ”bio Melo abriu seu restaurante em Conselheiro Lafaiete, no Campo das Vertentes, onde mora. O Afonsoās Restaurante Ć© especializado em comida italiana e carnes, com capacidade para 86 pessoas. FĆ”bio tem 14 funcionĆ”rios, sendo trĆŖs cozinheiros. Mesmo hoje sendo patrĆ£o, ele quer que a profissĆ£o de cozinheiro seja regulamentada. āĆ preciso regulamentar, principalmente para se garantir um salĆ”rio adequado. Aqui em Conselheiro Lafaiete, paga-se um piso 8% maior que o de Belo Horizonte, entĆ£o o mercado Ć© bom para a categoria. Mas isso nĆ£o Ć© assim em todo lugarā, conta. Em seu restaurante, Melo compensa o domingo trabalhado com duas folgas na semana. Os empregados cumprem as 44 horas semanais. āE eu tambĆ©m ponho a mĆ£o na massaā, comenta.
Fonte: O Tempo